Curiosa a relação que as pessoas estabelecem com a imagem. Um texto longo, por muito bem escrito, de autor renomado, é lido a custo, apenas empurrado pela qualidade da escrita e pelo pedigree de quem escreve. Ao invés, uma simples imagem de qualidade duvidosa, um clic que seja, é engolida num trago de espanto e aplauso, qual obra prima de arte renascentista.
Agostinho da Silva foi bem mais que a conhecida foto do velho de barba branca que muitos conhecem. Mas dele ficou a imagem. Talvez uns excertos, umas frases soltas, as conversas vadias com que que nos afagava a alma como tratava os seus gatos. Ou eles a ele. Hoje, porque passa mais um ano sobre o seu nascimento, poderia colocar a imagem icónica que circulará por aí, todo o dia, a avivar-nos a memória. Mas não. Fico-me pelas palavras. E recordo-o pelo que escreveu. E disse. Para quem o quiser ler.
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