“No Porto, o Poeta. Em Lisboa, o ‘Junqueiro’. Nariz de Dante, testa de Victor Hugo, barbas de Tolstoi”… ora sobrenatural ora terrestre, por vezes apóstolo, outras agitador, Guerra Junqueiro foi de tudo um pouco. Escritor, orador, filósofo, político, diplomata, lavrador, antiquário, panfletário, ironista, mas também um dos “expoentes mentais” dos ‘Vencidos da Vida. E alguém, diz quem o conheceu, com quem quase se não conversava, apenas se escutava.

“… o que eu sempre pedi à Vida – casa com um berço, terra com água, verdura com pássaros, tudo a Vida generosamente me ofereceu. Em troca dei-lhe apenas milhares de cepas. Literáriamente escrevi sete ou oito volumes, versos, e estou inédito; politicamente, plantei uma roseira que deu cardos. Hoje, estou convencido que o melhor livro é o da Natureza e de que o melhor regime político é o da nossa Ilusão…”

Passam hoje 87 anos sobre a sua morte.

______________

adelino pires

(cit. “Junqueiro e o Bric-à-Brac”, de Luiz de Oliveira Guimarães, conferência realizada na Associação dos Arqueólogos, em Lisboa, a 7 de Julho de 1942)

Partilhe nas redes sociais
0

Carrinho