Nos livros por trás das estantes, nas notas ou nos prefácios, tropeçamos com pequenas detalhes, daqueles que fazem a diferença.

Por cá, não são muitos (ainda) os livros de correspondência trocada entre escritores. É ténue a linha que separa a privacidade e o interesse público. Mas, o que seriam alguns autores sem o conhecimento póstumo da sua obra? E com que espírito a terão escrito? Em que circunstâncias? Quantas vezes se encontra o ‘espírito da coisa’ num simples desabafo ou numa (in)confidência que, mais cedo ou mais tarde, o tempo faz germinar?

Na “Correspondência Arquivada” do Médico, Escritor e Ensaísta Literário, Taborda de Vasconcelos, tudo isso se pressente.

“… a natural inquietação juvenil de Sebastião da Gama, tão cedo interrompida; a força moral de Joaquim Paço d’Arcos, cujas qualidades humanas e literárias largamente compensam algumas fraquezas; o magistério doutrinário de Mário Sacramento, que ele a tudo sacrificou, a família, a profissão e a vida; a tenacidade incansável de Rodrigues Migués e Jorge de Sena, que andaram, como Antipas e Ovídio, na aflição dos desterros; e José Régio, grande poeta, que a asa do génio tocou, e crítico subtil assistido pelo sentido da justiça…”, do prefácio de Taborda de Vasconcelos

 

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