Há um país onde não te cabe o nome
Há todo um povo onde te não cabe a alma
E há uma voz. Apenas uma.
A tua.

Podem agora chorar-te todas as lágrimas
Com que regaste as flores.
Podem trinar todas as guitarras
Com que afinaste as dores.
Podem até cantar-te mil e uma canções
De cores e amores.
Podem tudo, Amália.

Podem tentar mesmo
Escrever poemas como este
Só porque é o ano Cem.
Mesmo sem sentido
Quase sem palavras
Porque é o ano Cem.

Mas há um povo que te sabe de cor
Onde não te cabe a alma
E te conhece a dor
Mesmo que desaprumado
E algo desafinado
Te cante a uma só voz.
A tua.

Que me dera, Amália…

______________
Adelino Pires
nos Cem Anos de Amália Rodrigues

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