Entre canções de embalar e a canção da paciência. Visionário, o homem. Vejam bem, ainda. Quantos vampiros, meninos de bairros negros, meninas de olhos tristes. Genial, o homem. Vejam bem, ainda. Quantas formigas no carreiro (tantas, cada vez mais). E a malta que é preciso animar? Só mais cinco? Cinco, dez, muitos. Enganaste-te Zeca. Ou enganaram-te. Os campos são verde cinza.

“…A formiga no carreiro
Andava à roda da vida
Caiu em cima
De uma espinhela caída
Furou furou à brava

Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou se pró formigueiro
Mudem de rumo mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro…”

(Zeca Afonso nasceu há 91 anos)

imagem: óleo s/ tela de ana paula lopes (indisponível)

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Adelino Pires
Agosto 2.2020

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