Pouco tenho escrito. Aliás, pouco tenho feito. Nestes tempos afogam-me os afagos. São mil mensagens de votos, devotos, promessas e coisas assim. São mil desejos de vidas, compridas, cumpridas, prendidas ou arrependidas. São virar de páginas, novo ano, como se num fogo de artifício se queimasse tudo o que o artifício do fogo teimasse em deixar arder.
Por mim, não espero milagres. Nem os quero, para ser verdadeiro. Estou bem assim. De pés assentes na terra, fazendo o que gosto, rodeado de quem gosto. Gostaria de poder continuar a gerir o tempo e a saúde. Afinal, as duas variáveis que por isto ou por aquilo se vão esfumando, devagar ou abruptamente, quando menos se espera.
E o que gostaria para mim, estendo-o a todos. Todos mesmo. Sobretudo àqueles a quem a saúde ou o tempo já sobrou e agora escasseia.
Escrevi isto há um ano. Não imaginava que num ano, neste ano, a tempestade chegasse. Muitos perderam os seus. E todos perdemos um pedaço de nós. Assim, sem aviso prévio. Não foi justo, 2020. Alías, a vida nem sempre é justa. Espero que a bonança chegue. Já merecemos. Porque não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe. Para 2021, o melhor possível. Para todos.
adelino cp
30.Dez.20
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