Os homens não se medem aos palmos. As mulheres também não. As pessoas não se medem aos palmos, mas há umas mais altas que outras. Todas são mais altas que outras. Depende das circunstâncias.

Assim, de repente, o Mandela foi o mais alto. Ou o Papa. Ou o Churchill. Ou o médico quando se está doente, o electricista quando falta a luz, o professor quando sabe ser sábio, o canalizador quando falta a água, o juiz quando sabe ser justo, o pecador porque é humano, o pescador porque labuta, o jardineiro quando as flores sorriem, o cientista quando fumega, a camponesa quando os campos florescem.

Mas hoje, ser livreiro é ser mais alto. Porque não pode ser livreiro quem quer. Não basta tentar vender uns livrinhos nas redes. Ou bombardear descontos de encher o olho e esvaziar carteiras. Uns, nunca terão lido um livro na vida. Outros, vendem livros como venderiam tudo. Até a Torre Eiffel, se necessário. Mas nunca serão livreiros na vida.
Como não se pode ser médico, professor, electricista, canalizador, juiz, pescador, jardineiro ou camponesa apenas porque nos apetece, também não é livreiro quem quer. Ser livreiro é, também ser mais alto, acreditem.

adelino pires
livreiro-alfarrabista
10.II.21
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