Comecei o dia com o pedido de um livro bonito. De alguém que estimo para alguém que estimo. Um dia estimável, digamos assim, mesmo antes de ter a porta aberta. Quando assim é, o dia promete. Não que seja um dia de grandes vendas, que os não tenho. Mas um dia de pequenos gestos, que esses sim, fazem grandes os pequenos dias. Contento-me com isso. E a não embrulhar os presentes, que embrulhados demais já penso que estão.
Por aqui as coisas acontecem também por acaso, no ocaso de um dia, num nascer do outro, no durante ou no enquanto. Durante os dois dedos de conversa. Enquanto a senhora foi ali, à loja do lado, e o marido veio ver se descobre o tal livro que a filha lhe pediu e que não encontra em lado nenhum. Nem na Fnac (ups!…). Durante o ensaio da música do rapaz. Enquanto espera pela hora de almoço. São vários os durante e os enquanto. Mas há quem venha de propósito.
Como o João que não vem por acaso. Esse sim, vem conversar um pouco. Esta coisa da política mexe com ele. E gosta de desabafar comigo. Diz que aqui, no meio dos livros, se sente bem, confortável e seguro. É alguém que estimo e de pequenos gestos. Como o dos postais escritos à mão que teima em continuar a escrever. Com tinta permanente. À moda antiga. Há coisas que nunca mudam. Ainda bem…
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