De regresso ao lugar do costume, em dias que enrolam o tempo. Serão sempre dias atípicos. Algumas lojas fechadas, cumprindo o tradicional ritual de abrir antes e fechar depois. Antes, à espera dos últimos. Depois, os últimos que esperem. Agora o tempo já é outro. Abre-se o presente atrasado, troca-se o último vale, gasta-se o último minuto, pede-se a última desculpa.
E é hora de balanço, também. Daqui ao ano que espreita, lá se vai descascando a cebola rumo à redenção merecida. Casca a casca, serão promessas com ardor. Da cebola e do querer. Desta vez é que vai ser. Deixar de fumar, para uns quantos. De viajar, muitos mais. Menos açúcar, mais afecto. Mais ar puro, mais penantes. Papelada mais em dia. Sorrir mais, só um pouquinho. E tentar cumprir. Porque o prometido é de vidro. E voltar. Voltar aos lugares e às gentes. Voltar a ler e aos livros. Voltar à escrita aos pouquinhos. Afinal, não prometer mais do que pouco. Ainda assim muito, mesmo muito. Ir vivendo quanto baste. E convosco aqui por perto.
adelino cp
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